Conferências do IFSP, VII CONEMAC - CONGRESSO DE EXTENSÃO E MOSTRA DE ARTE E CULTURA DO IFSP

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CONSTRUÇÃO DE FOGUETES: DESENVOLVENDO O POTENCIAL CIENTÍFICO DE JOVENS EM CLUBES DE CIÊNCIAS
Isabelle Goulart dos Santos, Maria Tereza Fabbro, Maurício Ribeiro Baldan, Chen Ying An

Última alteração: 2024-03-25

Resumo


O termo “clube” pode ser definido como espaços nos quais as pessoas se reúnem a fim de realizar discussões acerca de temas de interesses comuns e compartilhar momentos de lazer (FREITAS; SANTOS, 2020). Podem ser implementados no âmbito escolar, em que seus participantes, estudantes e professores compartilham, por livre adesão e iniciativa, experiências das três figuras do aprender: a epistêmica, a social e a de identidade, na direção da formação humana (SCHIMITZ, 2018, p. 97). Os clubes de Ciências são interpretados como um espaço de educação não formal, com compartilhamento de intenções pedagógicas, pela união de discentes e docentes que almejam comunicar a linguagem científica (FREITAS; SANTOS, 2020).

Neste sentido, o presente trabalho aborda a participação dos 20 clubistas - Clube de Ciências “Meninas nas Exatas e Jovens Cientistas” que são alunos de uma escola municipal do segmento do Ensino Fundamental II, no lançamento de foguetes para a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) visando a contextualização do ensino de ciências a partir da aplicação prática, através da colaboração entre o Projeto de Extensão do IFSP-SJC, o Museu Interativo de Ciências (MIC), Projeto Céu Profundo, o Programa WASH- CNPq e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do município de São José dos Campos.

A ação se deu a partir da escolha conjunta dos estudantes em fazerem parte da olimpíada, que consiste no desenvolvimento, construção e lançamento, oblíquo de foguetes, a partir de uma base de lançamento, o mais distante possível. No ano anterior a 2023, já haviam realizado o lançamento dos foguetes e obtido resultados consideravelmente positivos. Deste modo, os clubistas divididos em equipes de até 3 participantes e todos os integrantes do clube: mediadora, voluntários e extensionistas, confeccionaram seus próprios foguetes a partir de 2 garrafas PET, pasta plástica, balão com água e fita adesiva e decoraram conforme o desejo de cada um.

Após a fabricação dos foguetes, foram realizados alguns testes de lançamento com a base utilizada no ano anterior, com o propósito de calcular a distância média no alcance horizontal que estava sendo alcançada. Observou-se que a base não estava funcionando de modo eficaz, apresentando instabilidades no ato da projeção. Desta forma, os clubistas e integrantes do clube executaram de modo conjunto uma nova base que serviria para lançar os foguetes de todas equipes participantes. Os lançamentos foram registrados com uma câmera de vídeo de alta velocidade - Phantom VEO640S e configuração para aquisição a 1000 quadros por segundo, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), onde o uso dessa câmera permitiu a análise da dinâmica de voo dos foguetes, medindo as acelerações envolvidas na fase do lançamento e avaliando a estabilidade da trajetória. Os lançamentos que atingiram as maiores distâncias com 172 metros e 165 metros receberam medalha de ouro e prata respectivamente.

Neste contexto, o projeto possibilita ampliar o aprendizado dos clubistas, a partir do contato com pesquisa científica, mesmo estando no ensino fundamental, e que a aprendizagem, quando feita de forma contextualizada e interdisciplinar auxilia no entendimento dos conteúdos estudados de forma lúdica e dinâmica.