Este relato de experiência socializa os resultados de uma prática de correção de textos, denominada miniconferências, exercida por um docente no horário de atendimento a alunos no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP). A prática de ensino de produção textual não tem se revelado exitosa diante dos inúmeros obstáculos imbricados neste trabalho, principalmente, na escola pública. Como resultado dessa problemática, os estudantes concluem a educação básica com dificuldades para produzir textos de diversos gêneros discursivos, incluindo as tradicionais “redações” de vestibular. Contudo, as atuais condições de trabalho do IFSP permitem que o professor desempenhe essa atividade de modo mais produtivo, por meio de um trabalho de correção de textos individualizado e dialogado, por nós denominado de “miniconferência”. Os resultados dessas miniconferências demonstraram que transcender a tradicional correção para além dos aspectos meramente gramaticais, abordando questões discursivas, de coerência, a qualidade da argumentação, os elementos de coesão, a mobilização de conhecimento de mundo, a capacidade crítica, dentre outros, foi eficaz não somente para uma melhora significativa do texto, mas, especialmente, para a capacidade de escrita do estudante. Neste relato, apresentamos três versões da introdução de uma dissertação sobre sistema prisional produzida por um discente e suas respectivas reescritas, as quais, mediante as discussões feitas nas miniconferências, tiveram efeito extremamente positivo para o aluno, pois ele conseguiu melhoras consideráveis nos seguintes aspectos: qualidade argumentativa; diversificação dos elementos coesivos; capacidade crítica-analítica; relação e hierarquização entre os argumentos; regras da norma padrão, como: uso da crase, acentuação, pontuação e outras. Logo após duas miniconferências, o estudante deixou de cometer os desvios praticados nos textos iniciais, revelando uma apropriação das regras pragmáticas, gramaticais e discursivas envoltas no processo de escrita. Devido aos resultados, defendemos um ensino de produção textual dialogado, que transcenda os apontamentos escritos do professor nas correções tradicionais.