O projeto em questão estudou o feminismo islâmico, um movimento político-religioso que se apoia em uma visão específica do Alcorão e de outros escritos teológicos muçulmanos para organizar uma dupla resistência: contra manifestações de intolerância religiosa oriundas do Ocidente, que podem denotar certa atualização do discurso orientalista, e contra a subjugação das mulheres muçulmanas no seio de sua própria religião. Além de sistematizar, via revisão bibliográfica, como esse movimento estruturou, se organiza e age em regiões como Egito, Turquia, Irã e outras partes do Oriente Médio, o projeto buscou compreender a existência e as formas de luta do movimento em solo brasileiro, onde se estima que o número de seguidores da religião islâmica seja entre cem mil e um milhão. Tendo como cenário mais específico o município de São Paulo, a intenção foi entrar em contato com ativistas e pesquisadores na cidade e mapear distintas visões e práticas acerca do fenômeno.