Última alteração: 2017-11-14
Resumo
O presente projeto de pesquisa objetivou analisar em que medida os meios de comunicação hipertextuais servem como caminhos às práticas discursivas de desumanização do “outro”, bem como observar de que maneira a cultura mainstream/pop tem contribuído em defesa dos segmentos sociais silenciados nesses e por esses veículos de comunicação. Seguindo-se a vertente quali-quantitativa, foram analisados: 1) Born Free, videoclipe da rapper cingalesa Mathangi Arulpragasam, ou M.I.A.; 2) e a cena final do filme The Boy in the Striped Pyjamas, de David Heyman. Procurou-se investigar a influência dos sistemas simbólicos transmitidos pela letra, ritmo, jogo de câmera e intertextualidade (citações, referências político-filosóficas). Da análise desse corpus inicial, que se justifica pela relevância quando das reflexões acerca do momento sócio-político em questão, percebeu-se que o simbolismo se reflete por estratégias argumentativo-assimilativas comuns ao discurso midiático: 1) frases no presente (“verdades absolutas”), 2) aliteração (rítmica); 3) repetição; e 4) catarse fugidia, com desvio/troca de posições opressor-oprimido. Foi possível compreender, pois, que o jogo linguístico entre significante e significado perpetua-se pelas/nas interações resultantes dos sistemas simbólicos nos quais estão inseridos: a desumanização do “outro” torna-se recurso intrínseco a diversos hipertextos, na atualidade, tendo como veículo o hibridismo cultural, em escala mainstream.