Conferências do IFSP, v. 4 (2018): IV Congresso de Educação Profissional e Tecnológica do IFSP

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Conselhos de classe: em defesa de uma leitura crítica e anti-hegemônica em tempos de avanço do neoliberalismo
Maria Amélia Ferracciu Pagotto

Última alteração: 2019-04-05

Resumo


Este trabalho apresenta bibliográfica acerca do papel dos conselhos de classe  e sua relação com a permanência ou o fracasso escolar. Os conselhos são instâncias coletivas que permanecem como um dos poucos espaços para discussões sobre desempenho discente. O que se tem percebido é que neles se inscreve tendência dominante de reprodução de critérios de avaliação baseados na meritocracia e na punição do aluno como sujeito atomizado sem considerar a própria prática docente como responsável pelos avanços ou retrocessos dos sujeitos da relação ensino-aprendizagem. Se os conselhos de classe já apresentavam essa característica, acredita-se que desde o avanço dos princípios meritocráticos propugnados pelo neoliberalismo na gestão escolar, a postura punitiva dos docentes tem sido cada vez mais naturalizada; acredita-se que isso possa causar impactos significativos para a permanência ou evasão discente. O objetivo é apresentar pesquisa bibliográfica capaz de construir elementos teóricos para elucidar falas, visões de mundo, posturas corporais com tendências discursivas e práticas semelhantes àquelas dos dispositivos dos tribunais penais. Tal prática reproduz as desigualdades sociais na medida em que atua como instância seletiva do que considera ser o aluno apto a enfrentar as regras sociais. Também objetiva refletir acerca do papel dos conselhos de classe no caso especial dos Institutos Federais, para que comprometa-se, institucionalmente, a reforçar ações formativas, de enfoque multidisciplinar e em conjunto com demais políticas públicas. Espera-se contribuir para um olhar crítico sobre as tendências pedagógicas que tem se aproximado do punitivismo e se afastado da visão da educação como processo de formação humana integral para a emancipação e contribuir para a construção de uma institucionalidade emancipadora, que promova a autonomia dos sujeitos e recuse práticas excludentes.


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